quarta-feira, 30 de maio de 2012

Um brinde on the rocks


Um brinde on the rocks

Geólogo Julius Heinerici - Dia do Geólogo - 30/5/2012

Um copo de whiskey on the rocks - mesmo.

É comum associarem grandes fenômenos da natureza ao quotidiano: "terremoto financeiro", "tsunami nas Bolsas". Não é para menos, são eventos tão importantes e com tantas consequências para as pessoas que todos conhecem, se assustam, respeitam.

Para nós, geocientistas, são eventos naturais, que ocorreram e vão ocorrer milhares de vezes na história geológica. Nós podemos apontar com o dedo na sísmica, nos afloramentos, nos testemunhos - em várias escalas - o efeito de um destes fenômenos. Então, sabemos que são naturais, sabemos explicá-los.

Nós, geólogos, entendemos que nossa origem é em um mesmo continente e somos filhos da mesma Eva Mitocondrial. Sabemos que o Homo, ao se tornar erectus, pode ver melhor e conhecer melhor as condições ambientais e, com isto, tirar proveito para se deslocar e se destacar entre os mamíferos, se tornar o sapiens para evoluir, criar coisas fantásticas na Engenharia, na Arquitetura, na Medicina, nas Artes.

E este Homo sapiens se torna tão inteligente que se perde no seu ego e na sua insaciedade e passa a não respeitar os seres vivos (inclusive ele mesmo) e começa a aparecer o "Homo gananciosus".

Por isso, movimentos para chamar a atenção para os exageros se tornam importantes. Aparecem os movimentos ecológicos: Salve o Planeta! Nós, como naturalistas, temos que dar força. Sabemos que movimentos são educativos, importantes, mas cá para nós, o planeta continuará seu ciclo inexorável sem se incomodar com o que o sapiens está fazendo. E os continentes vão se movendo, o "sertão vai virar mar... o mar vai virar sertão", é só uma questão de tempo, geológico. E no futuro alguém vai olhar a nossa história registrada em uma camada guia muito rica, muito representativa na historia dos seres vivos. E segue o fluxo: no futuro vamos ter um supercontinente, outro Pangea, por pouco tempo, haverá outras glaciações, virão os granitos, as metamórficas, os sedimentos e começará tudo de novo, sucessivamente.

O movimento mundial Rio + 20 é necessário para conscientizar o ser humano de seus exageros. Depois virá o Rio + 40, Rio + 80... Mas o planeta com seus mais de 6 bilhões de anos de idade, terá o Geo + 6, Geo + 12... independente de tudo.

Então é isso - ser geólogo é estudar a natureza, entender o passado, apreciar o presente e apontar o futuro. É usar as ciências disponíveis, da Física à Química, da Astronomia à Microbiologia, correlacionando as diversas ferramentas e integrando informações e debatendo muito. Ser geólogo significa ter cabeça preparada para a imaginação, ter paciência para montar os quebra-cabeças geológicos, persistências para repetir tantas vezes quanto necessário um projeto para que se obtenha sucesso; é ter capacidade para integrar as ciências e ferramentas. É acreditar, viver com otimismo, diletantemente e apaixonado pela Geologia, pela vida.

Com muito orgulho, aproveito este dia para celebrar, enviando o meu abraço aos amigos e colegas Geólogos, Geofísicos, Geocientistas.

PARABÉNS PELO DIA DO GEÓLOGO!

Um brinde on the rocks!

Extraído de http://abgeologos.blogspot.com.br/2012/05/um-brinde-on-rocks.html às 20:23h 30/Maio/2012

quinta-feira, 24 de maio de 2012

Meteorito atinge lar soteropolitano?

"Vi algo semelhante a uma bola de fogo passando pela janela." Esse foi o relato da fonoaudióloga Jaqueline Matos, moradora do Bairro Engenho Velho de Brotas na capital baiana. "Logo em seguida, ouvi um barulho que parecia uma bomba", ressaltou ela, lembrando que as festas juninas se aproximam e é comum o uso de "bombas" de São João pelas crianças.
O evento ocorreu há, aproximadamente, 3 semanas. Ela ainda informou que olhou pela janela e, como não havia ninguém, não deu muita importância àquele fato inusitado. O suposto meteorito destruiu as telhas e parte da laje, o que causou muita infiltração, só então o mesmo foi encontrado.
Foto: Bombas usadas no São João

Foto: Objeto registrado com a câmero do celular
Foi na noite de ontem, 22 de maio, que Jaqueline me procurou, através de uma rede social, para me contar o ocorrido. Naquele momento fiquei muito empolgado com a situação e imaginando como isso realmente aconteceu. No primeiro instante estava convicto de que realmente poderia ser um meteorito. 
Como estou embarcado, a aproximadamente 300km da cidade do Rio de Janeiro, não tive como verificar pessoalmente tal rocha. Solicitei algumas fotos porém, até aquele momento, apenas o celular havia registrado esse objeto. Com uma imagem não muito nítida, chamei minha companheira de trabalho, a geóloga Glaucia Sakai, e começamos uma "investigação à distância". 
Assim que chegaram novas fotos do suposto meteorito, percebemos que a forma, um tanto quanto simétrica demais, próxima a um cilindro, trouxe-nos certa descrença a respeito da origem "extra-terrestre" deste artefato. Mais fotos foram enviadas e mais dúvidas surgiram, já que o objeto era realmente meio cilíndrico.
Mandei alguns e-mails para professores da Universidade Federal da Bahia perguntando se alguém tinha interesse em estudar esse material, mas enquanto nenhuma resposta era enviada, continuamos a pesquisa "IAD".
Foto: Suposto meteorito.
Pedimos para Jaqueline, então proprietária do objeto, fazer alguns testes. Segundo ela, a rocha pode ser descrita por não ser atraída por ímã, ter uma crosta escura - cor semelhante ao carvão - e borbulhar ao colocar em contato com água oxigenada. Dentre todos os testes requisitados, ela só não soube dizer se era mais pesada que as outras rochas ("nunca carreguei pedra", declarou a jovem). 

Munidos dessas informações preliminares, e não acreditando se tratar de um meteorito, restou-nos somente uma pergunta: O que realmente é tal objeto? 

Algumas horas depois de enviado, o professor Jerônimo do Instituto de Geociências respondeu ao meu e-mail e se propôs a estudar esse elemento voador.
Sabe-se que no Brasil, temos cerca de 60 meteoritos reconhecidos pela ciência, porém estima-se que mais de 100 encontram-se preservados por particulares(1). Encontrar um desses "tesouros" tem valor tanto para ciência como para colecionadores e, tendo a sorte de se deparar com um desses, poderá ser ainda mais valioso a depender de quão raro ele seja. No Brasil, o meteorrito encontrado em Angra dos Reis (denominado angritos) é um dos mais raros e valiosos do mundo.


Foto: Rocha com escala


Fonte:

terça-feira, 22 de maio de 2012

Rio +20 é mamata e aquecimento, história pra boi dormir!


Professor da USP critica duramente ex-vice-presidente dos EUA, Al Gore. Foto: Ricardo Matsukawa/Terra
Professor da USP critica duramente ex-vice-presidente dos EUA, Al Gore
Foto: Ricardo Matsukawa/Terra

André Naddeo
Direto do Rio de Janeiro
A pouco mais de um mês para a Conferência das Nações Unidas para o Desenvolvimento Sustentável, a Rio+20, o professor Ricardo Augusto Felício é a "água no chope" de qualquer tese ambientalista, a ponto de dizer que o aquecimento global é "história para boi dormir", que o protocolo de Kyoto "é uma grande besteira" e que Al Gore, o ex-vice-presidente americano que fez o documentário "Uma Verdade Inconveniente", sobre os perigos da elevação das temperaturas no planeta, não passa de um "sem-vergonha".
O que mais intriga em Felício, e que serve como contraponto ao espírito de conservação ambiental e de políticas de sustentabilidade tão em voga, é que o seu discurso é embasado em estudos e, claro, na sua formação específica: é bacharel e mestre em meteorologia da Antártida, onde já esteve para duas temporadas de pesquisas, além de doutor em climatologia da Universidade de São Paulo.
Ele repudia a existência do aquecimento global e afirma, com toda a convicção, que buraco na camada de ozônio é algo equivocado, pois sem a incidência do sol, ela simplesmente não existe, é um estado transitório. Sempre com argumentos fortes. "Não é teoria da conspiração, é mentira mesmo. São vários os interesses. O discurso da mídia está sempre pautado no medo, na morte e no futuro. A gente fica evocando os maiores medos da humanidade", explica.
Vinte anos após a Eco92, o Brasil, e especificamente o Rio de Janeiro, volta a ser o centro das atenções em temas relacionados ao meio ambiente e suas políticas a partir do mês que vem. Para o professor, porém, tudo não passa de "uma grande mamata". "A cada 20 dias tem uma reunião num lugar exótico: você não adoraria viajar? Copenhague no Natal? Show!", afirma.
Confira a seguir a entrevista exclusiva do Terra com o climatólogo da USP.
Terra: Quer dizer que essa história toda de aquecimento global é pura balela?
Ricardo Felício: É história para boi dormir. Primeiramente, pela hipótese que se utiliza: essa história toda de efeito estufa, que aí incrimina o gás CO2, aquele que alimenta toda a nossa vida, e está entre os que absorvem a radiação infravermelha, deixando a Terra ainda mais quente. Mas isso aconteceu sempre em toda a história do planeta. A taxa de CO2 é extremamente pequena, em torno de 0,033% a 0,035%. É tão ridículo! E estamos falando de todo o CO2 do planeta. Para você ter uma noção, a atividade humana é menor que a dos insetos. Não dá para engolir mais essa história. É uma física impossível. Se isso acontecesse os cientistas já teriam montado algum equipamento nesse sentido, justamente para captar essa energia extra, você não acha?
Terra: Sinceramente não sei, mas estou ouvindo sua tese.
Felício: O climatólogo canadense Timoth Oke (outro famoso por contrariar a tese coletiva do aquecimento global) dizia que nós confundimos essa ideia de green house (casa verde) com glass house (casa de vidro). Porque a energia entra naquela casinha de vidro, esquenta o ar, mas ele não sai lá de dentro. O efeito estufa é um efeito que diminui, ou até anula a dinâmica de fluído de atmosfera. Você está dentro do carro, com vidro fechado: você vai morrer porque você está com calor. Abriu o vidro, caem 20 graus quase que automaticamente.
Terra: E os outros gases, como os CFCs?
Felício: Essa besteira que inventaram que foi o protocolo de Montreal, que antecedeu outra besteira chamada protocolo de Kyoto, fala que não pode ter. Criaram até delegacias nos Estados Unidos para não se usar CFC. Você torna o gás um vilão, que quem usa tem que ser preso para não destruir a camada de Ozônio. Chegou-se ao ponto de se confiscar produtos, como desodorantes, que usavam esse gás. Resumidamente, é queda de patentes: é um gás altamente benéfico para a indústria, não reage com nada. Quando ele cai no mar, as próprias bactérias o destroem, segundo o último artigo científico que li. A quantidade de CFC é irrisória.
Terra: Mas não causa buracos na camada de ozônio?
Felício: Mudança climática não é ciência consolidada. Lá na Inglaterra já está saindo do currículo escolar. Mas para nós aqui, que somos país de terceiro mundo, continua se ensinando esta besteira. O que existe na atmosfera é nitrogênio e oxigênio. O tal do ozônio é um estado transitório quando a energia solar incide sobre a atmosfera. O ultravioleta categoria C, por propriedades da molécula, age sobre o O2. É bem simples o que eu vou dizer: ele reage, e gera o ozônio. Ele é transitório. Quando não tem energia, não forma. Sem sol, não tem camada de ozônio. É um ciclismo rápido. Quando não tem luz, não tem ozônio.
Terra: Você já viu, certamente, o documentário "Uma Verdade Inconveniente", do ex-vice-presidente dos EUA, o Al Gore?
Felício: Ele é um sem-vergonha! Ele é dono da bolsa climática CCX (que cuida de créditos de carbono), que está caindo por chão, porque sua história é irreal. O filme e o livro são proibidos de entrar nas escolas do Reino Unido. A alta corte britânica proibiu, você sabia disso? Porque tem pelo menos 10 inverdades ali. Aqui você vai a qualquer escola e tem gente ensinando e falando do filme daquele desgraçado.
Terra: Quais inverdades são essas?
Felício: Uma é a do próprio efeito estufa, ao mostrar que os efeitos meteorológicos estão ficando severos. Poxa, gente de velha guarda dos Estados Unidos que estuda tornados e furacões há décadas mostra que isso não existe. É o processo da desinformação. Colocam um cientista político corrupto por trás, que vai na história que você quer escutar. Eu estudo há anos a Antártida e já estive lá duas vezes. Os anos de 2007 e 2009 foram os mais frios, quebrou-se recorde de 1941. Justamente no ponto em que eles dizem que mais se aquece, que é a península Antártida. O pessoal do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais), que trabalhava sério com as informações de meteorologia, nos últimos 15 anos mostrou que a temperatura estava baixando. Só que fecharam a estação deles! Quando a informação não convém, fecha-se.
Terra: Acho que algumas pessoas que lerem essa entrevista vão ter a impressão de que você fala de uma teoria da conspiração.
Felício: Não é teoria da conspiração, é mentira mesmo. São vários os interesses. Você vai me desculpar, mas o discurso da mídia está sempre pautado no medo, na morte e no futuro. As pessoas vão morrer! A gente fica evocando os maiores medos da humanidade.
Terra: Você está dizendo, fazendo um comparativo, que a ideia de aquecimento global é igual a dos armamentos de destruição em massa que o ex-presidente americano George W. Bush usou como justificativa para invadir o Iraque? Ou seja, a teoria do medo?
Felício: Exatamente. É o controle das pessoas. Você justifica qualquer ação governamental com isso. Esses caras estão passando por cima de tudo, estão legitimados porque estão salvando o planeta. Você está abrindo precedentes para se salvar o planeta. Passa por cima de lei, de controle de recursos naturais. O medo legitima a implementação de qualquer coisa, e ainda serve de desculpa que não deu para fazer algo que deveria ser feito. Teve enchente? Poxa, desculpa, quem mandou você usar o seu carro? Mudou o clima do planeta: se você não usar a sua lâmpada de led você vai ter um desastre de enormes proporções. Agora inventaram até essa história de proibir sacolinha plástica (a distribuição em supermercados) para obrigar as pessoas a gastar mais dinheiro.
Terra: Você também é contra isso? Mas o plástico demora mais de 100 anos para se degradar no ambiente.
Felício: O planeta é muito mais sofisticado do que a gente acha. Já existem vários mecanismos na espreita aproveitando a oportunidade. Já ouviu falar das leveduras negras? São bactérias que comem até petróleo. Esse papinho que não pode usar plástico é bomba relógio elitista, porque os pobrezinhos não vão poder mais usar. Vai fazer as pessoas gastarem dinheiro para se comprar plástico? É uma sem-vergonhice! Daqui a pouco vão falar que o aquecimento global começou com as sacolinhas. Temos tecnologia para chegar no lixão e eliminar o plástico. Poxa, já temos bactéria que come até petróleo! É a velha máxima: 'Está com dor de cabeça? Corta a cabeça'.
Terra: Por que não usaram essa tal levedura no derramamento de óleo do golfo do México, então?
Felício: É como eu disse: tudo uma questão de interesse. Sempre é assim. Já estou abstraindo dessas coisas. Não dá, cara.
Terra: O que você acha da Conferência das Nações Unidas para Desenvolvimento Sustentável, a Rio+20, que ocorre agora no próximo mês de junho?
Felício: Minha opinião é a pior possível: a (premiê alemã Angela) Merkel não vem, um monte de gente não vem. O que vamos deixar para os filhos? Rio+50, Rio+infinito? Isso é literalmente manter as colônias daqui sob o domínio europeu. Em 1492 vieram com o espelhinho vender para gente, agora vêm com essa mentira. É a 'mamata', meu velho. A cada 20 dias tem uma reunião num lugar exótico: você não adoraria viajar? Copenhague no Natal? Show! (sobre o último grande encontro climático mundial na capital dinamarquesa, em dezembro de 2009). Nunca vamos resolver esse problema porque é a 'mamata' e não precisa de nenhum cientista para falar isso. O mito tem poder porque as pessoas acreditam. Aí eu quero ver quem é que vai por o nomezinho para se responsabilizar. Em ciência, quem faz afirmação é que tem que provar. Isso é um princípio, o cético não tem que provar, a gente pede a prova. Não tem prova nenhuma, isso que é o pior.
Não tem medo de estar totalmente enganado?
Felício: Nenhum mesmo. Não dá mais. O planeta vai fazer o que quiser e danem-se vocês seres humanos. Quando eu quiser fazer nevasca, vou fazer, e quando tiver tsunami vocês correm com os rabos no meio das pernas. Veja como é curioso: os cientistas sempre têm uma solução desde que você pague por elas. O cético fala para você não fazer nada, e não pagar nada. Não estou falando para você pagar algum produto meu.
Terra: E se daqui a alguns meses você escrever um livro falando sobre tudo isso? Não será também, de certa forma, por interesse?
Felício: A pior coisa para um cientista é ter que fazer isso. Passo o bastão para quem quiser. Queria ficar no meu cantinho, fazendo minha pesquisa, trabalhando sossegado. Mas é muita patifaria. Sou humanista, não um marxista. É o destino da humanidade por outro viés. O planeta vai muito bem, obrigado. Vai continuar por aqui quando nós já tivermos desaparecido. Já tem um monte de livros aí na praça, gente muito melhor do que eu. Procura na internet. São 35 mil oceanógrafos, meteorologistas dos EUA. Muita gente que não aceita essa hipótese. Não tem mais o que falar: tem que encerrar esse assunto. São dois mil anos de assunto, chega! Temos que nos preocupar em resolver os assuntos da humanidade, como os recursos hídricos para resolver a condição das pessoas na seca.